Encontro do dia 28 de Janeiro de 2025

 Hoje exercitamos a câmera lenta, os seis andamentos e a postura corporal de abertura do peito.


Exercício 1 - Postura de abertura

    O fundamento deste exercício parte de uma observação que o Hugo fazia frequentemente quando ensinava: a postura corporal em que ficamos ligeiramente curvados para frente, olhando para frente ou para baixo e com os braços para frente (o que o ele chamava de postura frontal) consiste numa postura de controle do corpo, isto é, nesta posição a cabeça consegue ver grande parte do corpo e dos seus movimentos e tem a sensação de segurança e controle sobre o mesmo. Tendo esta noção como base o exercício tem como objetivo "descontrolar" o corpo, libertar a cabeça do dever de controlar as ações corporais com o objetivo de deixar que propostas criativas inesperadas surjam para o movimento. Assim, estimula-se que o participante expandisse seu peito para frente, jogasse a cabeça para trás, abrisse os braços e olhasse para o céu assumindo assim uma postura contrária a do controle. Tecnicamente realizávamos movimentos livres em câmera lenta procurando assumir e manter essa postura de entrega total.

    Esse exercício trás resultados significativos para a postura, mas também para o treino criativo do intérprete. Se trata de uma exploração sensível de um campo de movimento pouco explorado no cotidiano da vida: o campo da entrega e abertura para o mundo. Contém também uma forte proposta "terapêutica", pois se trata de um exercício de liberação do movimento. Ainda que a câmera lenta dê uma sensação de controle, não se trata de um controle da criatividade, mas sim apenas da qualidade do movimento e, ao invés de restringir o movimento ela, pelo contrário, estimula o intérprete a se mover de uma forma mais sensível e consequentemente mais criativa.


Exercício 2 - Postura aberta utilizando todos os andamentos

    Em seguida praticamos os seis andamentos ainda estudando a postura de abertura.


Exercício 3 - Reverberação do outro em coro

    Neste exercício em trios tínhamos que fixar nosso olhar na câmera e reverberar com o corpo tudo o que qualquer um dos companheiros realizasse. Se um dedo se mexesse o corpo deveria reverberar esse movimento de alguma forma.

    A noção de reverberação me pareceu um achado enquanto exercício de coralidades, pois confere uma ideia de onda onde um corpo reverbera no outro num ciclo infinito de ação. O coro então parece agir sempre em conjunto mesmo que os movimentos individuais sejam diversos e variados. 

    Me parece que a noção de coro se cria quando há um princípio unificador para o coletivo que não precisa ser coreográfico. No caso, o princípio era a noção de reverberação. Já no primeiro exercício era a câmera lenta e no segundo eram os andamentos sempre conjuntos. Infinitas possibilidades são possíveis.


Registros:


Parte 1:


https://youtu.be/Sbv9naJb440


Parte 2:


https://youtu.be/eV6XiJwva-M


Parte 3:


https://youtu.be/3DSv4_Hv_lc


Parte 4:


https://youtu.be/x3k4oRLa-J0










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